pequenas foliãs na praça, fingindo móbiles de papel
caindo arabescos às calçadas fractais - poetas
ouço no silêncio da memória rio memório lá poesia é nada "tengolengotengolengotengolengotengo"
já que hoje comemora-se aquela proclamação da república, por que não escrever algo quase político?
uma crônica política, uma análise de conjuntura, um ensaio político, um tratado...
melhor! uma nova constituição!
(talvez seja melhor mesmo aproveitar o feriado)
meu senso de patriotismo ou heroísmo inconfidente deve ter sucumbido nas ruas da antiga Vila Rica.
talvez um texto poético como os estatutos do homem, apenas não dedicado a CHC!
bem, não li a pedra do reino, mas assisti à alucinógena película de Luiz Fernando Carvalho.
no fundo, confesso, sou monarquista!
principalmente das cortes maracatuenses!
devíamos ter escolhido, democraticamente, a Monarquia!
(mas hoje é dia de república, que pena...)
então, falemos da República!
aquela de marechais, de símbolos pátrios, de alferes socrático-messiânicos!
é... aquela mesma de ditadores-pais do povo, de ditas revoluções revolucionárias!
(hoje é dia de se comemorar!)
nas escolas, principalmente. educar civicamente nossas crianças!
nas ruas, principalmente.
nas cidades, principalmente!
isso, nas Pólis.
é exatamente aqui, onde queria chegar: na Pólis!
não foi lá (aqui) que tudo começou? na Pólis!
aquela Pólis maravilhosa, helênica, democrática, livre, viril!
quase lá, quase Pólis.
(de repente, me vejo perdido, diante do que escreverei - o que é que tem a ver política com república?)
i. terras férteis
cultivar o que
em São Paulo
raízes de metrôs
para árvores de concreto
cultivar o que
em Recife
mangues galegos
para obeliscos de brennand
cultivar o que
em Lisboa
penínsulas desconhecidas
para jangadas levantadas do chão
cultivar o que
em Minas?
ii. pó
cultivar rosas
colher sertões
cultivar saramagos
colher cegueiras insulares
cultivar lins
colher avalovaras
cultivar verbos andrades
colher amores intransitivos
iii. invisível
cultivar esperança
colher solidão crucial
cultivar silêncio
colher palavras inúteis
cultivar rosas em asteróides
colher amizade de raposa
Fortaleza, 3.11.7.
eu gosto de
Brasília
seus
traço arco concreto futuro
suas
curvas arquitetura
em pleno vôo viajo vejo veloz
a paisagem planalta da capital
escrever não escrever
se pudesse, escreveria
com minhas próprias palavras, traçaria
a linha do Equador de Djavan, de Caetano Veloso
podem me prender por plágio!
Linha do Equador (Djavan e Caetano Veloso)
Luz das estrelas
laço do infinito
gosto tanto dela assim
rosa amarela
voz de todo grito
gosto tanto dela assim
esse imenso, desmedido amor
vai além de seja o que for
vai além de onde eu vou
do que sou
minha dor minha linha do equador
esse imenso, desmedido amor
vai além de seja o que for
passa mais além do
céu de brasília
traço do arquiteto
gosto tanto dela assim
gosto de filha música de preto
gosto tanto dela assim
essa desmesura de paixão
é loucura do coração
minha foz do iguaçu
polo sul, meu azul
luz do sentimento nu
esse imenso, desmedido amor
vai além de seja o que for
vai além de onde eu vou
do que sou
minha dor, minha linha do equador
mas é doce morrer nesse mar
de lembrar e nunca esquecer
se eu tivesse mais alma pra dar
eu daria, isso para mim é viver
(ênfases acrescentadas)
Nos dias 15 e 16 de abril de 2023, aconteceu o Final de Semana Pan-Americano do SOTA 2023. A equipe SOTA CEARÁ, organizou uma expedição no...