quarta-feira, 14 de março de 2007

a título de apresentação. silêncio, por favor!

"poesia? que nada!
poesia que afoga..."
Washington Menezes
17.3.7.
Mesa de bar, dragão do mar, Fortaleza
ao tempo inexistente con-fundido
trago ao hiper-espaço
mudas-palavras
escritas a qq-tempo
sem licença poética
sem engenho
no meio das coisas
Nasceu ex-machina
Rodolfo Silva
Eusébio, 18.3.7.
poesia sobre nada

In memoriam
João Cabral de Melo Neto

palavra muda significando
contrário avesso atravessa do sentido
visto

palavra mudança carga movimento
símbolo escrito lírico traz emoção
trai

muda mudança da palavra
acontece onde se tece
memória

onde se lavra
onde se planta
mudas palavras


poesia sobre nada.

poesia não é nada.



um subtítulo possível para este folhetim eletrônico (o primeiro pensado) foi a transcrição do som onomatopaico do apoio sertanejo-nordestino, sem-fim:
"tengolengotengolengotengolengotengo"...

A morte do vaqueiro
(Luiz Gonzaga e Nelson Barbalho)

ao vaqueiro Raimundo Jacó


êgadohôi

numa tarde bem tristonha
gado muge sem parar
só lembrando do vaqueiro
que não vem mais aboiar
não vem mais aboiar
tão dolente a cantar

tengolengotengolengotengolengotengo
êgadohôi

bom vaqueiro nordestino
morre sem deixar tostão
o seu nome é esquecido
nas quebradas do sertão
nunca mais ouvirão
seu cantar, meu irmão

tengolengotengolengotengolengotengo
êgadohôi

sacodido numa cova
desprezado do senhor
só lembrado do cachorro
que ainda chora a sua dor
é demais tanta dor
a chorar com amor

tengolengotengolengotengolengotengo
êgadohôi

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