Eu, Dioniso!
Cada duplo ser
Tem em mim seu lar:
Máscaras infames de seus inexoráveis destinos:
Esconde e busca teu rosto para não mais lembrar-se dele:
Exílio de si.
Tortuoso caminho: fértil florescer de violência.
Ditirâmbicos tropegares em teus pés de pó de tua boca oca
Destilado de uvas podres alegram o túrbido séquito
Vinho sorvido da boca de Hades.
Fortaleza, 28.7.9.
Rodolfo Silva
Rodolfo Silva
2 comentários:
Querido amigo, muito interessante o seu poema poema. Por ter profundidade, necessita que se demore um pouco na leitura; melhor ainda, que se leia outra vez, depois de um tempo, para que quando já destilada a idéia, seja adequadamente absorvida. Particularmente, encontro aí o retrato da espécie humana, dual e imprecisa, mutante, "exilada de si". Parabéns!
Li uma vez e gostei. Li outra vez depois de ter lido "O médico e o monstro" e gostei mais ainda. Li pra mostrar a uma amiga, me dando o trabalho de ir ao dicionário, e convesando com ela sobre o significado (ou pelo menos o significado da minha leitura) gostei mais ainda. Define bem e poeticamente a natureza humana. o outro ser habitante de nossa alma, maldade vegonhosa, sensulmente atrativa.
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