epígrafe do livro Coélet, de G. Ravasi:
"Se o livro que estamos lendo não nos desperta como um golpe na cabeça, por que o lemos? Meus Deus, seríamos felizes também se não tívessemos livros, e se os livros que nos tornam felizes, pudéssemos nós mesmos escrevê-los. Mas os livros dos quais temos necessidade são os que caem sobre nós como a desgraça, que nos perturbam profundamente como a morte de alguém que amamos mais do que a nós mesmos, como um suicídio. Um livro deve ser como uma picareta que rompa o mar de gelo que está dentro de nós."
FRANZ KAFKA
poema Os cortejos, de Mário de Andrade citado na tese O expressionismo na biblioteca de Mário de Andrade: da leitura à criação, de Rosângela A. de Paula:
Monotonias das minhas retinas...
Serpentinas de entes frementes a se desenrolar...
Todos os sempres das minhas visões! "Bon Giorno, caro."
Horríveis as cidades!
Vaidades e mais vaidades...
Nada de asas! Nada de poesia! Nada de alegria!
Oh! os tumultuários das ausências!
Paulicéia - a grande boca de mil dentes;
e os jorros dentre a língua trissulca
de pus e de mais pus de distinção...
Giram homens fracos, baixos, magros...
Serpentinas de entes frementes a se desenrolar...
Estes homens de São Paulo,
Todos iguais e desiguais,
quando vivem dentro dos meus olhos tão ricos,
parecem-me uns macacos, uns macacos.
lendo O Expressionismo, de J. Guinsburg (org.).
lendo a tese UM GRITO CHAMADO DESEJO - A voz na criação polifônica de Mário de Andrade, de Luciana A. Gonçalves.
lendo Um Médico Rural - Pequenas Narrativas, de Franz Kafka.
lendo Amar, Verbo Intransitivo - Idílio, de Mário de Andrade.
Fortaleza, 26.2.9.
Rodolfo Silva
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