parece-me que experimentar a arte (qualquer que seja a compreensão desta expressão) está no desejo de "significar". Entretanto, a própria busca faz com que o "signo artístico criado", experimentado, fuja, evada-se, escafeda-se.
escrevo estas palavras por causa da inquietante questão que não me deixa mais dormir (durmo mesmo assim), enfim, me aperreia: o "apeiron" do pré-socrático Anaximandro.
a experiência da arte é, pode-ser, seria, quase-que-é (fugidio, evasivo), "apeiron".
peira, em grego,
deu-nos:
experiência, perímetro, algo que nos deixa com limites, fronteiras, seguros.
apeiron deslinda, deslimita, desfronteira.
talvez, hoje, eu durma melhor.
Fortaleza, 3.11.10.
Rodolfo Silva
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