"Alheia aos pássaros e árvores, às escassas flores dos parques e à água das chuvas, faz com gratidão o inventário dos bens dispersos no asfalto e nas calçadas, pontas de cigarro ou de lápis, parafusos soltos, barbantes, pedaços de fitas, saltos de borracha, pentes quebrados, sacos de pipoca vazios, papel de chocolates, tampas de refrigerantes e de frascos de remédio, amostras de fazenda, clipes abertos, alfinetes tortos, flores de plástico sem haste, caixas de fósforo vazias, lâmpadas queimadas, giletes cegas, pilhas descarregadas, toda essa miuçalha que em geral somos indiferentes e que o seu olhar, desregulado pela necessidade, avalia como se fossem esterlinos."
A rainha dos cárceres da Grécia
Osman Lins
Rodolfo coleciona coleções,
Rodolfo co-leciona co-lições.
um dia, pra começar as memórias de minhas coleções,
perguntei-me ( sem resposta (melhor: desdobrou-se em mais perguntas)):
qual é o meu objeto mais antigo?
é o meu registro de nascimento, que é nitidamente, mais antigo que eu?
ou, antes, a carteira de trabalho de meu avô paterno, que pertence a um pretérito mais que perfeito?
vou catar!
Fortaleza, 21.10.10.
Rodolfo Silva